Tanto no Nordeste quanto em outras
regiões do Brasil temos em diferentes estilos e formas vastos exemplos de
experiências de comercialização e divulgação, que evitam o atravessador e
expõem os produtos da agricultura familiar, orgânicos, agroecológicos e da
economia popular e solidária.
A história de Feira de Santana,
entretanto, em que pese as ações públicas de economia popular e solidária não aconteçam
ou sejam limitadas e desarticuladas de um contexto político de ação popular do
setor pertinente, está ligada à criação de gado e a instalação de currais,
principal característica de seu povoamento, com o surgimento posterior de uma
feira livre – a mais real experiência de ação da economia popular. Atualmente
as feiras existentes neste município são miscelâneas de feirantes – desde os
tradicionais, que circulam em feiras de vários municípios, a alguns fixos e
outros pequenos agricultores, que vendem a sua produção semanalmente. A moeda
entra como principal instrumento de troca e não há uma distinção entre
feirantes tradicionais e agricultores feirantes, bem como se a comercialização
é advinda da produção da agricultura familiar com suas peculiaridades ou da
agricultura irrigada ou produzida com agroquímicos – adubos, herbicidas e
pesticidas – e via atravessadores.
Acreditamos que se poderá envolver grande
parte deste público para consumir produtos oriundos de práticas de produção
sustentáveis e de experiências de comercialização que evitem preços abusivos e
a figura do atravessador. A UEFS tem oportunizado seu espaço, a exemplo de
grupos produtivos que participaram das Feiras do Semiárido, Feira de Cultura e
Produção Camponesa ou em eventos pontuais, na experiência das Cantinas
Solidárias I e II, das vendedoras de beiju, de acarajé, oportunidades que têm
possibilitado a divulgação e comercialização de produtos da Agricultura
Familiar e da Economia Popular e Solidária na Universidade.
A I Feira de Economia Popular e Solidária
da UEFS será um ambiente de possibilidades para a exposição de grupos que fazem
a economia popular e solidária acontecer. Serão selecionadas 30 (trinta)
iniciativas, que exporão e comercializarão seus produtos no hangar de eventos
da Pró-reitora de Extensão da UEFS, localizado no Campus de Feira de
Santana, no fundo do auditório central. O processo de escolha dos(as)
agentes ou iniciativas de economia popular e solidária acontecerá mediante
preenchimento da ficha
de inscrição para expositores (neste link é possível fazer o download da
ficha em formato do word, a qual deverá ser preenchida e encaminhada para o
email: ciepsuefs@gmail.com), e levará em consideração a capacidade do
espaço e a diversidade de áreas e/ou dimensões de atuação dessa economia. A
seleção das iniciativas será feita através da análise das fichas e documentos
encaminhados à comissão organizadora da Feira.
Ressalte-se que o ambiente da feira deve
comportar diversas atividades culturais, de alimentação, banco comunitário,
clube de trocas, rodas de conversas, reuniões de incubadoras e do fórum local
de economia popular e solidária. Algumas atividades como o clube de trocas, as
rodas de conversas temáticas e fórum de economia popular e solidária serão
acompanhadas e/ou orientadas pela IEPS-UEFS, mas, principalmente, serão
dinamizadas pelo protagonismo das iniciativas participantes da Feira.
Espera-se fazer do espaço da Feira um
ambiente de encontros e trocas de ideias. Deseja-se, especialmente, que nele
prossigam e frutifiquem as discussões desenvolvidas durante as conferências,
mesas e grupos de trabalho do I CIEPS, temperadas com boa comida e bebida, pela
mescla entre diferentes saberes, entre a teoria e a prática, e aquecidas pela
vontade de encontrar caminhos para um mundo mais igual.
Quem pode participar do processo seletivo
Grupos informais, associações civis ou
cooperativas (não sendo possível a participação produtores/ comerciantes
individuais e de sociedades empresariais) que desenvolvam suas atividades
dentro dos princípios e valores da Economia Popular Solidária, atuando
coletivamente e valorizando os ideias de solidariedade e autogestão.
Os grupos selecionados deverão
necessariamente aderir ao uso do circulante local, a moeda social
“Sertanejo”.
A Feira: detalhes para as(os)
expositores
- Os expositores serão responsáveis por
seu próprio transporte, alimentação e hospedagem durante o evento.
Infelizmente, não será possível à
organização do evento (como era a intenção inicial), proporcionar as condições
materiais para transporte, hospedagem e alimentação dos grupos, em vista do
limitado orçamento disponível.
- Cada grupo contará com uma barraca
padronizada, com 2m x 2 m de área, instalada no hangar de eventos do campus
central da UEFS (localizado atrás do auditório central). O hangar e a barraca
dispõem de cobertura, iluminação e pontos de energia para uso de equipamentos.
As barracas podem ser montadas alternativamente com a bancada frontal ou com a
bancada ao fundo.
- Serão disponibilizadas para cada grupo
duas mesas e três cadeiras plásticas.
- No espaço do hangar haverá, ainda,
mesas e cadeiras para os visitantes que desejarem fazer suas refeições na
Feira.
- A organização do evento identificará a
barraca com o nome do grupo, mas o próprio grupo ficará responsável pela
organização e ornamentação do espaço, a seu gosto.
- A organização do evento providenciará
espaço fechado (provavelmente uma sala de aula da UEFS) para a guarda coletiva
dos produtos na noite do dia 17.03.16.
- Os grupos que necessitarem de
refrigeração para seus produtos deverão trazer seu próprio equipamento e, se
for o caso, transformador para a acesso à rede elétrica de 110v.
- A Feira acontecerá a partir das 10:00,
seguindo até às 20:00. No espaço do hangar também ocorrerão simultaneamente
exposição de pôsteres, rodas de conversa, clube de trocas e atividades
culturais.
A adoção da
moeda social "Sertanejo"
Na Feira funcionará um “Banco
Comunitário”, que fará circular para aquisição dos produtos comercializados
pelos expositores, com o fim pedagógico, a moeda social “Sertanejo”, que é
fruto de um projeto da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular Solidária
da UEFS. Parte dos valores pagos pelos participantes do I CIEPS lhes será
devolvida na forma de “Sertanejos”, para aquisição de produtos na Feira.
Os visitantes, ao comparecer ao Banco
Comunitário, deverão fazer a troca (conversão) de Reais por Sertanejos
(que têm idêntico valor) em ponto de troca montado na Feira para este fim
pela organização do evento e, ao final do evento, os Sertanejos serão
convertidos em Reais para os expositores.
Toda a orientação sobre o uso, valor,
formato das cédulas etc. dos Sertanejos será enviada aos grupos selecionados
antes da realização do evento, havendo também, no espaço da Feira, durante o
evento, equipe treinada para dinamizar o bom funcionamento do circulante local.
Inscrições
As inscrições devem ser feitas por meio
da ficha própria (Anexo), também disponível em http://ciepsuefs.blogspot.com.br/p/modelos.html,
que poderá ser entregue presencialmente, na IEPS/UEFS (endereço abaixo), ou
enviada através do email ciepsuefs@gmail.com.
O grupo pode anexar à ficha de inscrição,
se possível, material informativo sobre suas atividades, produtos, história do
grupo etc.
As inscrições podem ser feitas até o dia 31
de janeiro de 2016.
Processo Seletivo
O processo seletivo será realizado pela
Comissão Organizadora do I CIEPS, que levará em consideração para a escolha das
iniciativas:
- a
intenção de que a Feira proporcione um panorama mais alargado possível da
diversidade das experiências, práticas e produtos da Economia Popular
Solidária;
- adequação das
práticas e produtos do grupo aos princípios da Economia Popular Solidária
(solidariedade, autogestão, cooperação, autonomia, democracia, ação econômica,
respeito ao meio ambiente, consumo consciente etc.)
- viabilidade da
participação (do ponto de vista da logística de transporte, hospedagem,
alimentação do grupo durante o evento).
Calendário
- Inscrições: até 31 de janeiro de 2016;
- Divulgação do resultado: até 15 de
fevereiro de 2016;
- Realização da Feira: 17 e 18 de março
de 2016, das 10:00h às 20:00h.